Nesta terça, dia 12, os fãs do Fulham relembram com carinho de uma das datas mais importante da história do centenário clube londrino. Os Cottagers lutaram até o final, mas perderam por 2 a 1 para o Atlético de Madrid, faltando dois minutos para o fim da prorrogação. Infelizmente, foi o começo de uma das maiores derrocadas dos Whites, que escaparam do rebaixamento para a League Two apenas na penúltima rodada da Championship.

Para lembrar aquela campanha e tentarmos entender o que aconteceu no decorrer destes cinco anos, nossos blogueiros foram chamados a comentar. Como foi a temporada 2014/15? O que deu errado e o que precisa ser feito para melhorar?


Antes, porém, voltemos a Hamburgo para aquele 12 de maio de 2010. Roy Hodgson mandou a campo Schwarzer; Baird, Hughes, Hangeland, Konchesky; Etuhu, Murphy, Davies e Duff; Gera e Zamora. O primeiro gol do jogo veio com Diego Forlán, impedido, aos 32 minutos. O empate dos surpreendentes Whites veio com Simon Davies, cinco minutos mais tarde, aproveitando cruzamento de Zoltan Gera. No tempo extra, faltando dois minutos, Forlán, de novo, marcou o gol do título dos espanhóis.



"O Fulham e Roy Hodgson podem ter deixado a Nordbank Arena de mãos vazias, mas raramente têm uma temporada sem jogadores de renome se torna um sucesso extraordinária", comentou no dia Phil McNulty, da BBC.

Na temporada seguinte a este sucesso, Hodgson já havia partido para o Liverpool, e Mark Hughes levou os londrinos a um ótimo oitavo lugar. Na sequência, Martin Jol comandou o time em duas temporadas completas, com 9º e 12º sendo encarados com bons olhos pelos fãs. Mas, a partir de 2013/14, o trem saiu dos trilhos. Jol, René Meulensteen e Felix Magath comandaram o time, que acabou em penúltimo lugar e rebaixado à Championship após 13 anos na elite.

Se isso já era ruim o bastante, a expectativa para a Champ era de dificuldades, mas que a tradição do clube ajudaria e o time conseguiria um lugar entre os primeiros. De novo, tudo saiu muito mal. Por quê?


Jeferson Olsson: "Pode-se dizer que a temporada do Fulham foi uma verdadeira montanha russa. A primeira partida diante do Ipswich Town mostrou o que poderíamos esperar da temporada que estava por vir e começava a apontar os equívocos cometidos pela diretoria. A decisão mais equivocada da diretoria foi ter deixado Felix Magath no comando. O treinador alemão quis implantar sua filosofia, a diretoria acatou seus pedidos, e o resultado acabou sendo o que vimos: apenas um ponto conquistado em sete partidas, até que finalmente Magath foi dispensado.

Sem dúvida a falta de experiência pesou e os jovens foram colocados "na fogueira" quando Magath quis que eles assumissem um papel tão importante que era levar a equipe de volta para a Premier League. A grande quantidade de bons jogadores que saíram no começo da temporada, a chegada de vários jogadores de qualidade técnica questionável, enfim, todos esses pontos foram cruciais para a péssima campanha da equipe.

Kit Symons é o menor dos culpados disso tudo. E ainda tem o mérito de ter conseguido reerguer a equipe e ao menos deixá-la na Championship. Agora: ele é o homem certo para a próxima temporada? Na minha opinião, não. Acredito que o Fulham precise de um técnico com experiência de Champ e não vejo em Kit o técnico capaz de conduzir a equipe a um possível retorno para a principal divisão inglesa.

E, claro, o clube precisa de investimento. Mas esse investimento precisa ser feito de maneira correta, o que acabou sendo outro ponto negativo dessa temporada. Contratar jogadores pontuais, que cheguem para fazer a diferença e não contratar e apostar para que esses jogadores deem certo".

Marcelo Kssessinski: "Foi uma temporada de altos e baixos. Em alguns momneots, mais baixos do que altos. Não podemos tirar o mérito de Kit Symons e dos jogadores, que, mesmo com todas as limitações, lutaram para manter o Fulham na Champ e recuperar a autoestima do clube.

O 17º lugar na tabela de classificação foi merecido, pois o time visivelmente não conseguiu produzir muito além disso na temporada".


Matheus Schenk: "As apostas foram muito erradas. Felix Magath tentou forçar vários jovens da base que nunca haviam tido experiência nos profissionais a fazerem o time andar. O nervosismo e a falta de cancha pesaram. Shahid Khan demorou a demitir Magath e talvez devesse ter buscado um técnico com maior experiência na segundona inglesa, mas apostou no conhecimento de Kit Symons sobre o Fulham, já que é alguém que já jogou no clube e vinha trabalhando nas categorias de base.

Faltou investimento em janeiro, para trazer jogadores de maior condição técnica, sem falar na falta de capacidade da diretoria em "acertar o alvo" nos nomes que vieram. O caso de Matt Smith é notório: um jogador que fez ótima parceria com Ross McCormack no Leeds, atuou apenas uma vez nos Whites, foi expulso e mandado emprestado ao Bristol City. Para 2015/16, Khan precisa investir, montar um bom plantel, mesclando a base com jogadores mais experientes e qualificados. E, quem sabe, apostar também num treinador mais veterano".


Victor Urbaneski: "Depois do começo terrível de temporada, o fato de ficar na 17ª colocação foi até bom. Para quem ficou, em certo momento, até abaixo do Blackpool, que não tinha nem time para jogar, ter escapado do rebaixamento foi ótimo, até porque Symons ficou um bom tempo sem saber se seria efetivado ou não. Aqui, é preciso falar da diretoria desorganizada, que não mostrou nada de planejamento ou qualquer senso de direção.

Se vermos pelo ponto de vista de um técnico interino efetivado no meio da competição, que não podia contar com metade dos reforços (machucados, como caso de Adam Taggart, ou pela pura questão técnica, como Kay Voser) e teve de apostar na base, acho que o saldo foi positivo.

Mas o Fulham construiu um nome nos últimos anos, e com certeza não está honrando o que foi até aqui. É preciso voltar ao trabalho sério, com atenção para a base (sem jogá-los "na fogueira") e conseguir bons talentos no mercado".

Fotos: Telegraph e Fulham FC

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