O dia 11 de novembro é marcado, na Grã-Bretanha, pela
lembrança ao dia do armistício, quando, em 1918, os alemães assinaram o acordo
para o fim da Primeira Guerra Mundial. Guerra que começara quatro anos antes e,
em 2014, completa seu centenário. E como o Fulham se inseria neste cenário de
incertezas sobre quem seria o país mais poderoso da Europa? Os jogadores acima, do time de 1914/15, não escaparam dos horrores do front.
O futebol, como não poderia deixar de ser, ficou em segundo
plano enquanto milhares de britânicos eram enviados às batalhas na França e na Alemanha. Curiosamente, naqueles primeiros anos do século XX, um dos
primeiros proprietários do Fulham, Henry Norris, tinha uma proposta controversa.
Sua ideia era unificar Fulham e Arsenal, formando um “Super Clube de Londres”,
com base no Craven Cottage, e capaz de lutar na primeira divisão - o Fulham era um clube estável na segunda. Norris também
queria a construção de um novo estádio no Stevenage Road, mas nenhuma das duas
ideias vingou.
Norris tentou juntar Fulham e Arsenal |
Boa parte do elenco dos Cottagers (um clube que, em 1914,
tinha apenas 35 anos de vida) se juntou aos batalhões. O clube até tentou
seguir jogando, mas a liga, eventualmente, acabou suspensa. Dois atletas do time
perderam suas vidas durante a Grande Guerra: William Maughan morreu aos 22 anos
na batalha de Somme, e Edward Thompson, aos 24, na batalha de Bemeries.
Quem não morreu voltou com sérios problemas. “Alguns
jogadores tiveram ferimentos tão graves durante os combates que não puderam
jogar novamente”, conta o historiador do cube, Alex White. “Um jogador chamado
George Redwood perdeu um braço”, exemplifica.
O estádio de Craven Cottage permaneceu aberto durante todos
os quatros anos da Primeira Guerra. Tanto que acabou utilizado diversas vezes
para treinamento militar. Quando os jogos ainda não estavam suspensos, haviam
manifestações civis em frente ao estádio para incentivar o alistamento – e grande
parte do elenco do time entrou no 17° Batalhão de Regimento de Middlesex.
“Mesmo o técnico do Fulham, Phil Kelso, trabalhou em uma fábrica
de munições em Woolwich em grande parte da guerra”, revela White. Kelso havia
chegado ao comando da equipe em 1909 e entrou para a história do clube por ser,
até hoje, o treinador que mais tempo ficou no cargo no Fulham: foram 15 anos
ininterruptos.
Fotos: Get West London e The Gooner Forum
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